O governador Romeu Zema inaugurou, nesta quinta-feira (9/7), a nova ala para tratamento de pacientes com covid-19 do Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte. Foram entregues 12 novos leitos para terapia semi-intensiva, incluindo respiradores e equipamentos necessários para atender pacientes em estado crítico. As obras foram executadas pelo Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG).

Zema destacou a importância da obra para o estado não somente durante a pandemia, mas como legado. As obras estavam paralisadas há dez anos. Elas foram viabilizadas após liberação de recursos da Vale, pela Justiça, em compensação pelo rompimento da barragem em Brumadinho, em janeiro do ano passado.

“É dignificante concluir uma obra que ficou dez anos paralisada. O meu governo não quer fazer barulho, lançar programas e no final não entregar. O que temos feito é o contrário, trabalhado em silêncio e feito entregas como esta. E aquilo que não foi feito e concluído em dez anos conseguimos entregar em 60 dias, uma diferença bem grande”, afirmou o governador.

Aumento de leitos
Zema lembrou que o governo conseguiu aumentar em 61% o número de leitos desde o início da pandemia, em março. Segundo o governador, as medidas conseguiram fazer com que pico da doença fosse postergado, dando tempo para o Estado se preparar.  Em fevereiro, eram 2.072 leitos de terapia intensiva, agora são 3.356 unidades de UTI.

O governador ainda ressaltou em seu discurso que o objetivo é que não falte atendimento a nenhum mineiro.

“Nunca em Minas Gerais tantas UTI’s foram criadas em um espaço tão pequeno de tempo. E 300 destes leitos estão sendo ou foram entregues na região metropolitana da capital, que é uma das que mais precisam. Vamos fazer todo o esforço, principalmente neste mês que é o pico, para que todo mineiro tenha condição de ser atendido”, finalizou.

A obra
Ao todo, foram investidos cerca de R$ 7 milhões nas obras de construção da nova ala, na aquisição de equipamentos e montagem dos leitos. O recurso veio de liberação judicial, após pedido encaminhado pelo Governo do Estado, autorizando o remanejamento de recursos da Vale, como medida compensatória pelo rompimento das barragens em Mariana e Brumadinho.

Desde março de 2020, o Hospital Eduardo de Menezes, gerido pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), se dedica integralmente ao atendimento de infectados pelo coronavírus, recebendo pacientes encaminhados por Unidades de Pronto Atendimento e hospitais do interior de Minas.  A nova ala vai ampliar a capacidade atual, que conta com 30 leitos de terapia intensiva e 53 de enfermaria.

A diretora do Hospital Eduardo de Menezes, Virgínia Zambelli, lembrou da necessidade da ampliação da unidade.

“Esta obra é um desejo antigo do hospital, tanto para assistir aos pacientes quanto para a segurança dos funcionários. O Eduardo de Menezes é referência no tratamento de doenças infectocontagiosas. Periodicamente a gente lida com epidemias, desta forma lidamos com pacientes que necessitam deste tipo de leito”, disse a diretora da unidade hospitalar, que também estava acompanhada do presidente da Fhemig, Fábio Baccheretti.

Para a abertura dos leitos foram entregues 12 respiradores BIPAP e dois cardioversores ao hospital. Os equipamentos foram adquiridos com recursos oriundos de ação judicial movida pelo Estado contra a Samarco, em razão do rompimento de barragem em Mariana. O valor investido na compra desses equipamentos foi de aproximadamente R$ 24 mil.

Recursos
No dia 19 de março de 2020, a 2ª Vara de Fazenda Pública atendeu ao pedido encaminhado pelo Governo do Estado para remanejamento de recursos da Vale, da ordem de R$ 5.241.162,90, para a conclusão de obras da ala D do Hospital Eduardo de Menezes, com 12 novos leitos de isolamento para os pacientes infectados pela covid-19.

Além desse valor, foi liberada uma antecipação compulsória da Vale para atender uma solicitação do DER-MG para conclusão da fase 1, que inclui a montagem dos leitos. O aditivo foi de aproximadamente R$ 1,6 milhões. Outras fases de ampliação da capacidade assistencial do Hospital Eduardo de Menezes virão posteriormente e novos valores serão aportados.