Foto: Bernadete Amado

O DER-MG (Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais) acaba de adquirir um aparelho de origem alemã com tecnologia de ponta denominado sismógrafo. Ele é destinado para sondagem e investigações do solo sendo empregado em processos de engenharia e de mineração. O aparelho, que atua como o raio X das camadas do subsolo, mede e detecta, em milésimos de segundos, o tempo que uma onda sonora, produzida por uma queda de peso, batida de martelo ou detonação de um explosivo, se propaga do subsolo até a superfície, onde é captada por sensores fixados no terreno. Esses sensores registram o tempo gasto pela onda e enviam esse dado para um computador que tem um programa que analisa a distância e profundidade percorrida pela onda sonora. Com a análise desses dados, o computador aponta qual é o tipo de material das camadas do subsolo (se é rochoso ou um terreno menos consistente).

De acordo com o software do computador, há diferentes tipos de solo para cada tempo e distância percorridas pela onda sonora. Além da identificação das camadas, o software pode acusar se há a existência de grutas, cavernas e galerias no subsolo.

A importância deste aparelho para o DER é que ele permitirá saber qual é a formação do terreno por onde vai passar uma rodovia, por exemplo, ou do local onde serão construídas pontes, viadutos ou trincheiras. O aparelho vai dar mais segurança e rapidez às obras de engenharia rodoviária. No caso da construção de uma estrada numa encosta, com o uso de uma sondagem manual seria necessário mais de uma semana para se conhecer a formação do terreno. De acordo com José Flávio de Campos, consultor técnico da Diretoria de Projetos do DER, e um dos entusiastas do novo aparelho, “com o novo sismógrafo, em menos de um dia, já dá para conhecer toda a formação do subsolo, as camadas e a espessura de cada uma delas”.

Vantagens do novo sismógrafo
Este aparelho vai substituir um antigo sismógrafo que exigia cálculos manuais e passíveis de erros, sendo totalmente ultrapassado, não mais fabricado e sem peças de reposição.

O novo sismógrafo, além de usar tecnologia de ponta com alta precisão, é de alta praticidade, de fácil manejo, mais leve e fácil de ser transportado. Ele pode ser levado e conectado em qualquer local e precisa apenas de uma bateria, podendo funcionar com a do próprio carro. Outra vantagem é que, por ser um equipamento não-invasivo, ou seja, que não perfura a terra, ele interfere o mínimo possível no subsolo, com menores consequências ambientais.

O aparelho é basicamente formado por três peças:

Geofone: é o aparelho colocado na superfície que recebe a vibração da onda sonora do subsolo.
Unidade de aquisição de dados sísmicos: ele capta a onda sonora e envia os dados para o computador (lap top).

Computador: é o aparelho central do sismógrafo que recebe os dados que os geofones captaram e enviaram para a unidade de aquisição. Através de software, o computador determina a espessura e a formação de cada camada do solo, detecta lacunas ou cavidades do terreno.

O sismógrafo pode operar com precisão numa profundidade de até 100 metros, embora os trabalhos de fundações raramente ultrapassem os 20 metros, como no caso de pontes e viadutos.

José Flávio adianta também que o sismógrafo é o único aparelho com duplo canal, ou seja, que pode trabalhar com 24 ou 48 sensores, o que dá uma medida mais exata e detalhada do subsolo. Este aparelho, com tecnologia alemã, foi inventado há dois anos e é o único da América do Sul. Técnicos e profissionais do DER estão participando de um curso intensivo e de um treinamento especial para operar e interpretar o aparelho com a maior precisão.

De acordo com o diretor-geral, José Élcio Montese, “com esta nova aquisição, o DER passa a ser o pioneiro na América do Sul no emprego de uma tecnologia de ponta só existente em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, com objetivo de assegurar soluções adequadas na execução dos serviços de implantação, pavimentação, e melhoramentos das estradas, tendo como prioridade a segurança do usuário”.

Sismógrafo
Foto 011: o computador, aparelho central do sismógrafo que recebe os dados para análise, através de um software.
Foto 19: os geofones, em detalhe
Foto 020: o aparelho com os cabos, a unidade de aquisição (amarelos) e os geofones (azuis).

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