Foto Bernadete Amado
Foto Bernadete Amado

"No Brasil, para cada 20 pessoas que sofrem acidentes de trânsito, 19 sobrevivem. No entanto, dos sobreviventes, seis passam a ter seqüelas gravemente incapacitantes e permanentes", afirmou o sociólogo e especialista em educação em trânsito, Eduardo Biavati, na abertura do ciclo de palestras destinadas a estudantes do ensino médio da Escola Estadual Milton Campos, realizada na amanhã dessa quinta-feira (29). Segundo Biavati - que coordenou o Programa de Prevenção de Acidentes da rede Sara de Hospitais por 10 anos -   correr o risco de adquirir alguma lesão física definitiva preocupa mais os jovens do que o risco de morrer.

O Ciclo de Palestras se baseou em uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), com alunos entre 18 e 30 anos de oito universidades do Rio de Janeiro e São Paulo que mostra que 44% dos jovens dirigem após ingerir bebidas alcoólicas e 80% não dirigem após beber, mas voltam das festas de carona com amigos motoristas que beberam. Além disso, a pesquisa apontou que dos 78% que voltam dirigindo mesmo depois de beber, 38% já tiveram alguém no grupo envolvido em colisão de trânsito relacionada a bebida. Dos jovens entrevistados, 80% aprovam a Lei Seca.

Em Belo Horizonte, o Ciclo de Palestras, organizado por meio de parceria entre os departamentos de Estrada de Rodagem de Minas (DER) e Nacional de Trânsito (Denatran) termina nesta sexta-feira (30), com mais duas palestras, às 8 e 14 horas. O foco principal será a conscientização dos jovens estudantes para as conseqüências na vida de quem sofre um grave acidente de carro. As palestras vão percorrer seis capitais brasileiras: Florianópolis, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Recife e Porto Alegre, abordando 1.200 jovens por cidade.

Para o estudante Matheus de Paiva Prata, de 18 anos, vale a pena assistir a apresentação. "A gente que está começando a dirigir precisa ter consciência, principalmente eu que costumo dar carona a meus amigos", disse.

Outro assunto abordado por Biavati foi a importância do uso do cinto de segurança, inclusive por passageiros do banco de trás. Dados da mesma pesquisa realizada pela SBOT apontam que o uso do cinto de segurança pelos motoristas e carona tem percentuais altos (96% e 93%, respectivamente), mas apenas 11% usam o cinto no banco traseiro, expondo-se a lesões mais graves, até fatais, em caso de acidente.

"Eu acho muito importante que os estudantes, e jovens de maneira geral, conheçam os perigos de uma direção irresponsável, porque a gente só passa a pensar nas consequências quando vivencia alguma situação de acidente", comentou a professora de Biologia Raquel Dolabela, que perdeu um amigo vítima de acidente de trânsito.

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